terça-feira, 21 de julho de 2009

Contribuições da galera: Caio Kao

Galera, dentro do possível, eu gostaria de enriquecer o blog com experiências reais de usuários dos equipos. Hoje temos a grande contribuição de Caio Kao, com dicas quentíssimas para a ligação em 4 cabos com a GT-10.


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Oi pessoal!

Meu nome é Caio. Após ter passado algumas horas em frente ao computador, na internet, alguns dias dos feriados que passaram, em frente ao amp, consegui resolver um problema com meu equipo, que inclui a GT-10.

Durante esse processo, obtive ajuda do Alex, aqui do Blog, e perguntei se poderia fazer uma contribuição e compartilhar com vocês essa experiência.

Bom, antes de tudo, tenho que contar a história de como cheguei a esse tal problema.

Quando comprei meu equipamento a uns 9 anos atrás, não tinha grandes sonhos de ser um músico. Comprei minha primeira guitarra, uma Ibanez GRX220, de custo relativamente baixo. Uma guitarra mediana-ruim.

Depois veio o amp, um Warm Music GT30 de 30w.

E o primeiro multi-efeitos um ZOOM 505 II.

Anos depois entrei em um projeto musical e vi que era hora de levar a coisa a sério e dar um upgrade nos equipamentos.

Deixando de lado alguns pedais analógicos que comprei, troquei a ZOOM pela GT8.

Depois consegui com um esforço trocar a GT8 pela GT10.

Nessa troca de multi-efeitos, encomendei uma guitarra num luthier.

Comprei um Laney LV300 Twin e troquei todos os cabos por Spectraflex.

Bom, agora vem a parte do problema. Quando eu estava com a GT8 achava que o timbre não saia legal pois usava um amp fraco. Depois que troquei para a GT10 continuei com o mesmo pensamento. Daí troquei o amp. 120W de potencia na orelha do meu pai que vivia dizendo “abaixo isso meu filho. Você ainda vai ficar surdo!”.

A Ibanez ligada direto no amp até que soava legal, apesar dos caps terem um som meio opaco.

Resolvi começar a utilizar o método 4cm (4 cabos).

Estava achando o som muito digital e feio em todos os patches e output selects.

Vi dicas na internet, enchi pessoas com perguntas. Tudo isso porque não conseguia tirar um timbre no mínimo aceitável para a GT10.

Pensava que isso tudo era culpa da guitarra. Enquanto a outra estava no forno, tinha de virar com o que dava.

Se eu tinha um patch com o pré do Mesa Modern, outro com o Vintage, outro com o 5150, outro com o SLDN, outro com Marshall Hi-gain, todos soavam iguais diante de um mesmo output select. Se eu escolhia o line/phones, todos soavam enlatados. O jc-120 return, todos abelhudos e assim por diante. A diferença que dava de um patch para o outro era na eq. Um mais agudo ou mais grave, mas o timbre era o mesmo para todos.

Só para constar, os timbres limpos, em todos os outputs, menos o line/phones, eram idênticos!

Com esse abacaxi para descascar, ficava pensando “poxa! O pessoal pela net consegue timbres super legais. O que será que está errado?”.

Resolvi ligar fones de ouvido na GT.

Apesar de vagabundos, os fones, com o output Line/phones, me deram timbres que não imaginava que um dia fosse ouvir!

Finalmente eu ouvia um Marshall, um Fender, o som do Soldano e o clássico 5150. Que alegria!

A maioria dos samples e vídeo que eu vi e ouvi pela net era gravados em linha.

E agora? O problema é o amp? A guita?

Resolvi ter paciência e esperar a guita nova chegar.

Uma strato com maravilhosos captadores Sergio Rosar.

Mas continuava o mesmo problema.

Passei para o idéia de que era o amp o causador da minha dor de cabeça.

Chegando o feriado, estava chateado e furioso, e resolvi sentar e ficar testando opções até achar o problema.

Comecei testando desde o primeiro output.

Quando cheguei no Line/phones, pensei “mas o som desse, apesar de enlatado, é o que mais parece o proposto pré-amp.” Comecei a mexer na eq principal (eu deixei os knobs da Gt10 como vieram de fábrica, com regulagens de grave, médio, agudo e patch volume). De repente!!!!! Cheguei muito próximo ao som que ouvia nos fones.

Trocando os outputs, achei minha solução. O Small amp.

Por algum motivo que não sei explicar, minha guita quando ligada na GT10 evidencia muito, mas muito mesmo, os médios. Se eu ligar no input do amp sai um certo som. Se eu ligar a gt10 no 4cm e usar o pré do Laney mesmo, com a eq da GT em flat, o som sai com muito médio.

Tendo em vista esse problema, eu entrei em System, input/output e na eq de entrada eu coloquei o corte em 630hz, mid Q em 1, High Gain em +2, Low em 0 e Mid Gain em -10. Com isso eu consegui fazer sair no amp, exatamente o mesmo som que eu ouvia nos fones.

Até meus pedais analógicos, se eu ligasse em direto no amp e depois direto na gt, apareciam esses super-médios.

Infelizmente não tenho equipamento para grava e exemplificar o meu problema, mas creio que deu para passar a idéia.

Agora quando utilizo o pré do Laney, a única coisa que preciso fazer é aumentar os médios na pedaleira para que o som fique melhor.

As simulções limpas eu não mexo em nada. Essa eq no input já deixa o timbre mais orgânico.

É isso ai gente. Esse é a experiência que tenho à compartilhar com vocês.

Agora sou um músico feliz por saber que tenho um ótimo equipamento e que consigo utilizá-lo direito. Rsrsrs

Quando der eu contribuo com mais alguma coisa aqui para o Blog. Isso é, se me for permitido, claro.

Grande abraço para todos e para o Alex por toda a ajuda e por me deixar compartilhar esse macete com vocês.

Caio Kao



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6 comentários:

  1. Caio, bacana o teu testemunho... eu, assim como tu, tenho maior experiência com a pedaleira (no meu caso a GT-8, muito embora já tenha testado a GT-10 nas mesmas condições) plugada num amp... inclusive, acesso muito o blog do Alex para ter mais dicas para eventualmente usá-la em linha... seja como for, ao meu ver, a grande diferença da GT-8 para a GT-10, quando usadas num amp., está no OUTPUT SELECT, pois o comportamento em ambas é completamente diferente... na GT-8 essa opção responde de forma mais presente, enquanto na GT-10 tende a ter respostas muito parecidas (salvo em LINE/PHONE), dificultando mais o uso com o amplificador, NA MINHA OPINIÃO...

    ... enfim, legal mesmo o teu testemunho... parabéns!!! ;]

    Abraços!

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  2. Eu já cheguei à conclusão que o negócio mesmo é ter um bom amp, e utilizar apenas os efeitos da GT-10 (ou de qualquer outra pedaleira).
    Simulações de amp só funcionam bem mesmo para gravações USB. Nesse ponto, elas são ótimas.
    Mas para som ao vivo, é super complicado.
    É melhor fazer usa o 4CM (lógicamente, com a saída recomendada) e sempre utilizar o pré do amplificador.

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  3. Então, Marcos, curiosamente penso o mesmo em relação à GT-10... inclusive foi por isso que não saí da GT-8 para a GT-10... acho que as modificações feitas nas simulações prejudicaram um pouco o desempenho delas no amp., sem falar que achei diferente também o comportamento das opções do OUTPUT SELECT...

    ... independentemente disso, certamente um bom amp. com um bom drive será sempre melhor opção... hehehe

    Abraços!

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  4. É verdade, ainda sou louco pra testar a Gt com um amp decente em 4 cabos...

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  5. Tudo bem ? Você sabe como fazer o Bulk Dumo da GT8 para o PC , não consigo salvar meus patches no computador .
    Tenho a interface midi mas só consigo mandar do computador para GT8 . Obrigado

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  6. No meu POD XTL, eu só conseguir a simulação perfeita dos timbres deixando o modo OUTPUT selecionado "Line Direct" ( similar ao line/phones da GT10) e fazendo a ligação no poweramp(FX return do AMP). O volume de saida, eu deixo em torno de 70 a 80% aberto.

    Num palco ao vivo, eu ligo o left chanel(mono) direto na mesa de som, e o right chanel(stereo) no amplificador destinado ao meu "retorno".

    Meu timbre no PA ("lá fora") fica sempre matador e no palco(pra meu "retorno") vai depender da qualidade do amp que disponibilizaram...

    Dessa forma equalizo minha guitarra muito rápido! Na passagem de som, minha guitarra é sempre o primeiro instrumento a ficar 100% !

    Penso que isso deve servir muito bem na GT 10 também!

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