quarta-feira, 10 de março de 2010

POD X3 Live ou Boss GT-10?

Esta é a pergunta que mais tenho respondido. Assim, achei legal formular um texto mais organizado aqui...

Eu estaria feliz com qualquer uma das pedaleiras. Ambas tem pontos fortes e fracos...

A Boss GT 10 tem um apelo mais "global" de multiefeito específico para guitarra. Propõe-se a substituir um conjunto extenso de pedais. Há a expectativa de que com uma GT e um amp valve no loop vc estaria muito bem munido.

Toda a programação é aberta, você tem controles globais do sistema (nível de reverb e eq, e até o modo de troca de patches), controles de interação (você pode endereçar praticamente qualquer ação - até 9 - a qualquer pedal). Exemplo, você pode programar o CTL1 para simultaneamente alterar canais, elevar o ganho de um pedal de od, ligar delay, etc.

Nos preamps há uma amplitude de programação também: alguns apresentam a chave de brilho, além de todos oferecerem opções de chave de ganho (low-mid-high), cabinets (incluindo totalmente customizados, com tamanho quantidade e eq de falantes...).

Há uma infinidade de efeitos, como simulador de guitarra (e captadores), tremulos, phasers, tudo altamente customizável...

Minhas críticas para a GT estão nos cabinets dos preamps, que soam muito genéricos, meio duros. Se vc escolhe o preamp MS Higain e abre o ganho sem medo ainda encontrará o temível CokedWah, um excesso de médios que dão a sensação de um pedal de wah parado numa posição (incômoda, por sinal). Além disso, esse médio à mais parece - na minha opinião - também roubar sinal original da guita, que soa diferente plugada mesmo com os módulos todos desligados. Para induzir uma "transparência" maior no timbre, eu aumentava o input presence.

Na POD X3 achei interessante o som com mais "arte final" dos preamps. Aliás, há um cara que grava samples dela só com os amps secos no youtube (MartinMoyano) e fica ótimo. Quando você escolhe um amp, ele já aparece com uma regulagem pronta como sugestão, e esse pode ser um ponto inicial bem interessante.

O legal é que o raciocínio aqui talvez seja mais próximo da situação real. Exemplo: Na GT eu sempre usava o resonator 3 para dar um "sabor" de falante celestion e arredondar o som. Na X3 tenho diferentes caixas, com diferentes modelos de falantes celestions, exatamente como eu faria numa situação real (Utilizar uma 4x12 com greenback 20's, 25's ou V30?).

Tenho a impressão que estes preamps mais bem acabados da X3 soem mais dinâmicos, mas talvez isso se relacione com o bypass da POD, para mim bem mais tranparente e com mais brilho que o da GT.

A qualidade dos efeitos também chama a atenção... é possível ouvir o som original e o som processado de uma forma natural, como um pedal analógico. Não é aquela situação em que vocÊ liga um chorus e o som da guita é "engolido" pelo FX.

Ultimamente tenho tentado novas combinações de cabeçotes e caixas com pedais de OD e comp com ótimos resultados. A x3 não se resume à guitarra, com preamps para baixo e voz.

Os pontos negativos da X3 que eu destacaria seriam a simplicidade de programação (no sentido de opções de parâmetros de regulagens, mas com muita variação de efeitos e amps); a ausência de efeitos do tipo "instrumentos" (sim de violão - que tive de criar um, ou de guitas/captadores), nem amp control, harmonizer e phase loop (deste, morro de saudade).

A Line 6, por estratégia de marketing, divide as vantagens por toda sua linha de produtos, pois só o M13 tem true bypass, só a X3 tem 2 cadeias independentes, só um outro pedal tem phase loop embutido, só a X3 live (e não a feijão) tem implementação midi. Eles justificam falta de memória, estratégia para barateamento de produtos, etc. Nesse sentido, talvez a Boss seja mais "honesta", pois não há nada nas recém lançadas me25, me 70, que não exista mais e melhor na GT. Por outro lado, a Line 6 oferece atualizações e adições de efeitos. Recentemente ganhamos um phase90, um roland dimenson chorus e um tc eletronics dynamic delay que são maravilhosos. Assim, refoçam a expectativa dos clientes em novos amps e efeitos que "atualizariam" seu produto...

Há outra questão relevante: Preço. Nos states elas custam a mesma coisa. No Brasil, por razões que prefiro não comentar, a X3 costuma custar até um terço mais cara que a GT. Pura sacanagem.

Hoje, para minhas necessidades, e com ambas pedaleiras custando a mesma coisa, optaria pela X3.

Agora, se tivesse com a grana curta, de repente investiria numa GT10, um case, cabos de qualidade ou uma GT e um amp de segunda mão, sei lá, provavelmente ainda sairia mais em conta.

Vale lembrar que há possibilidades de se encontrar as pedaleiras em preços variados, tipo uma X3 por 1900 e uma GT por 1800, daí, com uma diferença menor assim minha balança penderia mais para a POD...